Prólogo
Eu não sei como esse inferno começou. Quando fiz parte da tropa do exército brasileiro enviado para ajudar os E.U.A a tentar pacificar um certo País, achei que já tinha visto de tudo.
Eu via homens sendo assassinados a sangue frio no meio da rua, quando apenas saíam para buscar comida para suas famílias. Via mulheres e crianças sendo abusadas por mais e dez homens, enquanto imploravam pela morte. Vi atentados terroristas tão violentos que chegavam a matar ou mutilar dezenas de inocentes. Fiquei dois anos neste lugar, e quando voltei, precisei de ajuda psicológica. Agradecia todos os dias por morar em um lugar tão pacífico e feliz. Tomei meu precioso chimarrão e comi um churrasco com amigos, como a muito sonhava, no meio daquela guerra. E sempre agradeci a Deus por isso.
Mas e agora, porque Deus não olha por nós? Quando e por que tudo isso começou?
Uma indústria científica achava que tinha descoberto a cura para o vírus do HIV, e resolveu testá-la na América Latina. Claro. Após darmos todo o nosso apoio, servimos como ratos de laboratório para esses vermes.
A “cura” teve um efeito devastador: em apenas 1 ano, 40% da população latina havia morrido, 50% tornaram-se terríveis zumbis comedores de carne humana, e os outros 10% são só rebanho para esses monstros. Tentamos sobreviver como nômades, nunca parando muito tempo em um mesmo lugar, porém, a escassez de alimentos já é uma realidade, e as pessoas estão cada vez mais se afastando e isolando, para manterem seus mantimentos por mais tempo.
Já faz cinco anos desde a “guerra pacificadora”. Achei que tinha me livrado da pior parte do inferno. Ledo engano. Estou no meio do apocalipse.
Este talvez seja meu último relato aos sobreviventes. Leiam com atenção e nunca percam as esperanças.
Senhor, como eu queria que isto fosse apenas um sonho...
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