Geralmente, ao estrear uma novela, os autores mostrar as tramas como em um desfile de moda: um a um, pouco a pouco, até nós, meros teleespectadores, nos acostumarmos com tudo. Desta vez, os autores Gilberto Braga e Ricardo Linhares optaram em fazer diferente, e a atração global começou como um filme de ação: Logo na segunda cena, o vilão aparece com uma faca e faz o avião cair, e já rola o primeiro beijo dos mocinhos. Ponto positivo para eles, pois assim não acontece o que de fato é costume, a queda de audiência.
E agora ao final. Um final bem elaborado, amarrando todas as pontas soltas e cenas emocionantes. Vol comentar algumas cenas por tópicos.
- O desfecho do trio Léo, Pedro e Marina. Muito bem elaborado, com o vilão pedindo um resgate milionário em euros. Seu maior erro foi ter acreditado em Pedro, quando este pede para ver a Marina. A atuação de Gabriel Braga Nunes foi impecável a novela toda, com certeza este personagem vai entrar para a galeria dos maiores vilões televisivos da Globo. Merece um prêmio. E o casal principal também merece um prêmio: o de mais azedo das últimas histórias. Eriberto Leão é um excelente ator, mas estava insosso e chato como Pedro. Suas cenas com Paola Oliveira eram chatas e se arrastavam demais. Essa, no entanto, conseguiu salvar sua personagem, com ótima atuação e muita personalidade, principalmente quando ficaram sabendo da falsa morte de Léo, e ela não conseguiu esconder sua satisfação. Nota 10 pro Léo, e nota 7 pro casal.
- Quando o Rafa confronta seu pai na cadeia, querendo saber sobre a morte da sua mãe. Eu não sou fã do Jonathas Faro, mas devo admitir que a cena foi excelente, emocionante. E o Herson Capri foi impagável tentando manter a pose orgulhosa e arrogante de Cortez, após seu personagem ter sido humilhado pelo próprio filho na cadeia, que diz que vai se tornar promotor público para prender ratos como ele. Nota 10, sem dúvida.
- O casamento gay. Não entendo porque não deram muita atenção para esta cena, mostrando só o trecho final, e sem rolar o tão esperado beigo homossexual, que todos os telespectadores esperam. Ponto para Rede Globo que promoveu a cena da união, mas somente após a televisão, independente do canal, parar de censurar cenas de troca de carinhos mais quentes entres pessoas do mesmo sexo é que o Brasil vai começar a mudar. O ponto positivo foi a conversa entre Eduardo (Rodrigo Andrade), o noivo (ou noiva?) e Kléber, seu pai, personagem de Cassius Gabus Mendes. Ele tentando se redimir do preconceito do passado e pedindo ajuda ao seu recém conhecido filho foi muito boa. Talvez alguns pais que tenham filhos homossexuais aprendam a aceitá-los, enfim. Nota 8.
- A prisão de Léo. Foi um pouco cômico ele estar tentando dar queixa do seu irmão por agressão, depois de tudo o que ele fez. E a cara dele quando é acusado e o policial mostra as provas dos crimes que ele cometeu, foi impagável. E quem não se assustou quando ele acusa Raul, seu próprio pai, de ter assassinado a Norma? Pelo desenrolar e pela atuação, Gabriel Braga Nunes leva outro 10.
- Natalie sendo convidada a se candidatar a deputada pelo PMP, Partido Moralista da População. Quando ela e o personagem de Ricardo Tozzi, seu irmão Douglas na trama, usam o jargão do Tiririca. " Mas peraí. O que um deputado faz? Não sei, mas vote em mim que eu te conto.". Muito hilário. E depois, ela ganhando sendo a adeputada mais votada do Brasil, foi cômico. Uma leve crítica sobre a palhaçada que é a política brasileira. Nota 9.
- A revelação. Muita gente já esperava que tivesse sido a Wanda, mãe de Léo e Pedro, que tivesse assassinado a Norma. Mas mesmo assim, a cena foi muito boa, mostrando que, por amar demais e querer ver seu filho em liberdade, ela acaba cometendo um crime hediondo, e posteriormente, enlouquecendo. A interpretação de Natália do Valle foi ótima. Merece 10.
- A morte de Léo. A melhor parte não foi quando jogaram ele do alto do prédio, nem o sorriso de satisfação na cara do Cortez ou do Ismael (Juliano Cazarré), capanga da Norma. Foi, finalmente, ver em uma novela da Globo a corrupção da polícia brasileira. Os assassinos do Léo, enquanto levavam ele a força para o alto do prédio, subornavam os policias com notas de 50 reais para chegarem ao seu destino. E isso acontece realmente, não é coisa de novela nem de filme. Nota 10
- Agora, os desfechos "menores". Raul casando e sendo avô no mesmo dia até foi legal, mas meio forçado. E, aos 60 e poucos anos, vai ser pai novamente. Sei lá, não curti muito. A cena que Marina assedia o Pedro, quando este está de uniforme de piloto. Nossa, vai povoar a imaginação de muitos homens por um booom tempo, imaginado que queriam estar no lugar do Eriberto Leão. O relacionamento que André (Lázaro Ramos) e Leila (Bruna Liz sei-lá-o-quê) tem, de serem abertos e ficarem com outras pessoas at6é que é legal, mas espero que minha namorada não queira adotar essa atitude. E em outra cena, também do Lázaro Ramos, agradecendo a Camila Pitanga, foi bem legal. Paenas não gostei das duas reuniões. A primeira no núcleo da "periferia" da novela. Que maldito clichê de sempre tudo terminar em samba e feijoada no Brasil! Será que os escritores pensam que todos comemoramos assim? E a reunião da família Brandão também foi meio clichê, com todo mundo feliz e sorridente. única coisa que salvou foi o discurso sobre a família que foi dito por Vitória Drummond, personagem de Nathalia Timberg. Muito verdade, e muito emocionante. Nota 8 para todos.
- O final das duas megeras e tia Neném. Essa última foi uma personagem meio caracterizada, mas muitas vezes suas tiradas sarcásticas contra o Léo renderam boas risadas. Excelente interpretação de Ana Lúcia Torre. E também ver a nojentíssima Eunice (Débora Evellyn) acabar tendo que servir café para a pessoa que ela mais invejava, a Gilda, interpretada pela ótima Helena Fernandes. E também ver a pilantra Paula Cortez (Táina Müller) tendo que prestas serviço comunitário, sendo grosseira e uma senhora derramando a comida nela, também foi ótima. Nota 9.
- E o último tópico vão para as condenações de Cortez (Herson Capri) e Vinicius (Thiago Martins). O primeiro porque, pelo menos na ficção, podemos ver um corrupto sendo punido. Espero que algum dia aconteça na vida real. O segundo porque, após espancar um homossexual até a morte, se livrassem ele no final, iria ficar ridículo, mas se o matassem também, porque seria muito fácil. O melhor foi privá-lo da liberdade mesmo. Nota 10.
Comentem, se discordarem de alguma coisa.
Até...
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